quarta-feira, 23 de março de 2016

Décima-quarta tabuleta - Acaso não está escrito no Passado o esboço do Futuro? Repetirá a Humanidade, criada a nossa imagem, nossos êxitos e fracassos?

Sinopse da Décima-quarta Tabuleta

Babili, o centro eleito por Marduk, sobrevive à calamidade.
Enki o vê como um augúrio da inevitável supremacia de Marduk. 
Enlil reflete sobre o passado, o Fado e o Destino.
Aceita a supremacia de Marduk, retira-se a terras distantes. 
Os irmãos se despedem emocionalmente. 
Enki vê o Passado como uma guia para predizer o Futuro. 
Decide tomar nota de tudo para a posteridade. 
Convocou o escriba Endubsar. 
Representação babilônica de um resplandecente.

DÉCIMA-QUARTA TABULETA
MARDUK

Babili, onde Marduk tinha declarado a supremacia, livrou-se do Vento Maligno.
Todas as terras ao sul de Babili foram devoradas pelo Vento Maligno, também alcançou ao coração da Segunda Região.
Depois da Grande Calamidade, Enlil e Enki se encontraram para estudar o desastre, Enki fez considerar a Enlil o livramento de Babili como um augúrio divino.
O livramento de Babili confirma que Marduk foi destinado para a supremacia! Assim disse Enki a Enlil.
Deve ter sido a vontade do Criador de Tudo!, disse Enlil a Enki. Então, Enlil lhe revelou a visão-sonho e a profecia de Galzu.
Se foi conhecedor disso, por que não impediu o uso das Armas de Terror?, perguntou-lhe Enki.
Irmão meu!, disse Enlil a Enki com uma voz afligida. Era evidente o motivo.
Depois de sua chegada à Terra, cada vez que a missão se via com obstáculos, encontrávamos uma forma de evitar o obstáculo; daí, a criação dos Terrestres, a grande solução foi também uma fonte de milhares de giros e voltas não desejados.
Quando chegou a compreender os ciclos celestes e atribuiu constelações, quem tivesse previsto nelas as mãos do Destino?
Quem teria podido distinguir entre os fados que escolhemos e o inquebrável destino?
Quem proclamava falsos augúrios e quem podia pronunciar profecias verdadeiras?
Daí que decidi guardar para mim mesmo as palavras de Galzu. Era de verdade o emissário do Criador de Tudo, ou era minha alucinação? O que tenha que acontecer, aconteça!, disse-me mesmo. Enki escutava as palavras de seu irmão, enquanto balançava com a cabeça para cima e para baixo. A Primeira Região está desolada, a Segunda Região está sumida na confusão, a Terceira Região está ferida, o Lugar dos Carros Celestiais já não existe; isso é o que aconteceu!, disse Enki a Enlil. Se era essa a vontade do Criador de Tudo, isso é o que ficou de nossa Missão na Terra! As sementes se semearam com as ambições de Marduk, o que sairá disso será para que ele o colha!
Assim lhe disse Enlil a seu irmão Enki, então aceitou o triunfo do Marduk. Que a fila de cinqüenta, que teria passado para Ninurta, seja-lhe dado em seu lugar a Marduk!
Que Marduk declare sua supremacia sobre a desolação nas Regiões! Quanto a mim e a Ninurta, não vamos nos interpor mais em seu caminho. Partiremos para as Terras de além dos Oceanos, pelo que viemos, levaremos a término a missão de obter ouro para o Nibiru! Assim disse Enlil a Enki; havia abatimento en suas palavras. Teriam sido diferentes as coisas se não se usassem as Armas de Terror? Questionou Enki a seu irmão.
E se não tivéssemos escutado as palavras de Galzu para que não voltássemos para o Nibiru?, replicou Enlil.
E se tivéssemos detido a Missão Terra quando os Anunnaki se amotinaram? Eu fiz o que fiz. Você mantém o que fez. Não se pode retroceder ao passado!
Acaso não há nisso também uma lição? Perguntou Enki para ambos.
Acaso o que ocorreu na Terra não é um reflexo do que teve lugar em Nibiru?
Acaso não está escrito no Passado o esboço do Futuro?
Repetirá a Humanidade, criada a nossa imagem, nossos êxitos e fracassos?
Enlil guardou silêncio. Quando ficou em pé para partir, Enki lhe estendeu o braço.
Estreitemos os braços como irmãos, como camaradas que, juntos, enfrentaram-se a muitos desafios em um planeta estranho!
Assim lhe disse Enki a seu irmão.
E Enlil, agarrando o braço de seu irmão, abraçou-o também.
Voltaremos a nos encontrar na Terra ou em Nibiru? Perguntou Enki.
Estaria certo Galzu de que morreríamos se voltávamos para o Nibiru? Respondeu Enlil. Logo, voltou-se e se foi.
Enki ficou sozinho; acompanhado tão somente pelos pensamentos de seu coração.
Sentou-se e refletiu sobre como tinha começado tudo e como tinha terminado.
Estava tudo destinado, ou foi o fado forjado por esta ou aquela decisão? Se Céu e Terra estavam regulados por ciclos dentro de ciclos, voltará a ocorrer o que aconteceu? Acaso o Passado é o Futuro? Imitarão os Terrestres aos Anunnaki, reviverá a Terra o que viveu Nibiru? O primeiro a chegar será o último a partir? Assediado por seus pensamentos, Enki tomou uma decisão:
De todos os acontecimentos e decisões, começando desde o Nibiru até este dia na Terra, tomará nota, para que seja um guia para gerações futuras.
Que a posteridade, no tempo que designe o destino, leia o registro, recorde o Passado, compreenda o Futuro como profecia, que o Futuro seja o juiz do Passado!
Estas são as palavras de Enki, Primogênito de Anu de Nibiru.

Décima-quarta tabuleta
As Palavras do senhor Enki.

Escritas da boca do grande senhor Enki, nenhuma palavra perdida, nenhuma palavra escondida, pelo escriba mestre Endubsar, um homem de Eridú, filho de Udbar.
Pelo senhor Enki, com larga vida fui agraciado.

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